Marcela Rocha Tortureli de Sá

Título

Ensaio de Cisalhamento Simples (Dss) Cíclico na Argila Mole de Sarapui II

Orientador(es)

Fernando Artur Brasil Danziger

Graziella Maria Faquim Jannuzzi

Resumo

Ensaios de DSS cíclicos, de velocidade de deformação controlada, foram realizados na argila muito mole de Sarapuí II. Duas profundidades foram ensaiadas, 3 m e 6 m. A distorção angular limite adotada foi de 3%, e os ensaios foram do tipo “twoway”, tendo sido adensados para as tensões de campo. Trezentos ciclos (com velocidade de 1 ciclo/minuto) foram aplicados, divididos em 20 etapas. Todos os ensaios realizados apresentaram degradação da resistência mobilizada com o processo de ciclagem. A despeito da realização de 300 ciclos de distorção angular até 3%, nenhum dos corpos de prova atingiu a ruptura, tendo o processo se estabilizado, o que foi atribuído à  elevada plasticidade da argila muito mole de Sarapuí II. Ao se analisar os resultados dos ensaios cíclicos foram observados dois comportamentos típicos nos gráficos de poro-pressão normalizada versus tempo. A tendência de comportamento (quanto à variação de volume) foi se modificando no processo de ciclagem. Ensaios monótonos realizados após a ciclagem, nos mesmos corpos de prova, forneceram valores de Su iguais ou mesmo ligeiramente maiores que os realizados em corpos de prova sem ciclagem prévia, de modo distinto do que se esperava. Esse comportamento foi atribuído a que os 300 ciclos não foram capazes de desestruturar os corpos de prova a ponto de reduzir sua resistência ao cisalhamento. O comportamento associado à variação volumétrica foi distinto nos ensaios monótonos realizados com e sem ciclagem prévia. De modo distinto da resistência não drenada, o índice de rigidez dos ensaios monótonos realizados após a ciclagem foi menor do que os realizados sem ciclagem, o que ocorreu em função da degradação da estrutura no processo de ciclagem.

Abstract

Two-way strain controlled cyclic DSS tests have been performed in Sarapuí II very soft clay, with a maximum shear strain of 3%, in samples from 3 m and 6 m depth. All specimens were consolidated to the in-situ stresses. 300 cycles, with a shear rate of 1 cycle/minute, were applied, divided in 20 steps, due to equipment shortcomings. All tests presented strength degradation with cycling. In spite of the number of cycles applied, no specimens reached failure, which was attributed to the high plasticity of the clay. When analyzing the results of the cyclic tests were observed two typical behaviors in graphics normalized pore pressure versus time. The trend in behavior of volume variation changed during cycling. Static tests performed after cycling, in the same specimens, provided Su values equal to or slightly smaller than the values obtained in specimens tested without previous cycling, which was not expected. This was attributed to incomplete degradation of soil structure during cycling. The trend in behavior of volume variation was different in the tests conducted with and without previous cycling. Unlike the undrained shear strength behavior, the rigidity index of the static tests was greater than those from cyclic tests, which was attributed to some degradation of soil structure during cycling.

 

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