Thomás Lima de Resende
Resumo
Para que o concreto seja auto-adensável (CAA), sua composição apresenta diferenças com relação à do concreto vibrado (CV) de mesma classe de resistência. Uma delas é o maior teor de pasta e menor de agregado graúdo, o que pode acarretar a redução do engrenamento de agregados entre superfícies de ruptura, um dos mecanismos resistentes à força cortante relevantes. É feito resumo sobre propriedades dos CAA, fatores que influenciam a resistência à força cortante de vigas, expressões de normas para cálculo dessa resistência e estudos já realizados sobre comportamento à força cortante de vigas de CAA, alguns dos quais incluíram também vigas de CV para efeito de comparação. As resistências de 126 vigas de CAA e de CV sem e com armadura transversal projetadas para terem ruptura por força cortante são analisadas. Essa análise dá uma ideia de possíveis diferenças de comportamento ao cortante entre vigas de CAA e de CV, assunto de grande interesse e ainda pouco investigado. Descreve-se o programa experimental desenvolvido neste estudo, que inclui 6 vigas esbeltas de CAA. As variáveis das vigas são as taxas geométricas das armaduras longitudinal de tração e transversal, estando as da transversal em torno das mínimas indicadas em normas. Verifica-se haver tendência da resistência à força cortante de vigas de CAA ser menor que a de vigas de CV semelhantes e que a possível diferença depende de vários fatores.
Abstract
To meet the required flowability, the mixture constituents and proportions of selfcompacting concrete (SCC) differ from the ones of vibrated concrete (VC) of the same strength class. One of the differences is the higher paste content and lower coarse aggregate content, which can cause a reduction in the aggregate interlock between failure surfaces, one of the relevant shear resistance mechanisms. It is made a summary about SCC properties, factors that affect the shear strength of beams, codes of practice expressions for calculating that resistance and previous studies onthe shear behaviour of SCC beams, some of which included also VC beams for the sake of comparison. The strength of 126 SCC and VC beams with and without transverse reinforcement designed to have shear failure are analyzed. This analysis gives an idea of possible differences between the shear behaviour of SCC and VC beams, subject of great interest and still little investigated. The experimental program of the current work, that included 6 SCC slender beams, is described. The variables of the beams were the ratios of tensile longitudinal and transverse reinforcement, being the transverse reinforcement ratios close to the minimum ones given by codes. It is verified the tendency of CAA beams to have lower shear resistance than similar CV beams and that the possible difference depends on several factors.