Rodrigo de Matos Moreira

Título



Quebra do Paradigma da Gestão por Bacia Hidrográfica: Estratégia para Recuperação de um Sistema Hídrico de Interesse das Regiões Metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro

Orientador(es)



José Paulo Soares de Azevedo

Resumo



Há um paradigma de que a bacia hidrográfica deve ser a unidade de gestão dos recursos hídricos. Mostra-se, entretanto, que, em determinadas situações, é necessário considerar duas ou mais bacias conjuntamente ou até mesmo a existência de um usuário de água externo à bacia, para que a análise do problema seja adequadamente realizada. Tal situação pode ser exemplificada pela gestão dos recursos hídricos da bacia do rio Paraíba do Sul, que, por meio de uma transposição, se integra à bacia do rio Guandu, principal manancial de abastecimento da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Além disso, há a possibilidade de, no futuro, a SABESP, um usuário externo à bacia, vir a retirar uma vazão relevante de água do rio Paraíba do Sul para abastecer a Região Metropolitana de São Paulo. Portanto, verifica-se que a adoção da bacia hidrográfica como unidade de planejamento é totalmente inapropriada para a gestão de recursos hídricos do sistema apontado, que envolve as duas principais regiões metropolitanas do país. Dessa forma, torna-se necessária a quebra do paradigma em questão para o estabelecimento de uma estratégia de investimentos que vise à recuperação do sistema hídrico ora em análise, sob o risco de se obterem soluções subotimizadas quando o escopo de análise for a bacia hidrográfica.

Abstract



There is a paradigm stating that the river basin must be the planning unit of water resources management. However, there are situations in which it becomes necessary to consider two or more river basins working together. Besides, it is important to consider the existence of an external user to the river basin in order to get an adequate analysis of the problem. This situation can be exemplified by the Paraiba do Sul river basin management, which, by an inter-basin water transfer, is connected to Guandu river basin, the main water supply of the Metropolitan Area of Rio de Janeiro. In the future, it is quite possible to expect SABESP, an external user to the river basin, to take out a significant amount of water from Paraiba do Sul river to supply the Metropolitan Area of São Paulo. Therefore, it can be verified that the choice of river basin as the planning unit is totally inadequate to manage the water resources of the mentioned water system, involving the two most important metropolitan areas of the country. This particular case demonstrates the need to break this paradigm in order to provide an adequate strategy of investments aiming the recovery of the water system under analysis and avoiding implementing sub-optimized solutions.

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