Felipe Vianna Amaral de Souza Cruz

Título

CONTRIBUIÇÃO À INTERPRETAÇÃO DE PROVAS DE CARGA EM ESTACAS, REALIZADAS PELO MÉTODO BIDIRECIONAL

Orientador(es)

Francisco de Rezende Lopes                       

Alessandra Conde de Freitas

 

Resumo

Nesta pesquisa foram analisadas provas de carga estática realizadas pelo método bidirecional visando avaliar dois novos procedimentos para: (i) construção da curva equivalente à prova de carga convencional e (ii) interpretação da curva cargarecalque visando obter a capacidade de carga (carga na ruptura). A construção da curva equivalente proposta consiste na utilização das cargas e deslocamentos totais (ascendentes + descendentes) de cada incremento de carga. Assim, a curva equivalente bidirecional é construída à medida que a prova evolui, permitindo avaliação do comportamento da estaca a cada estágio, inclusive a proximidade da ruptura, e sem a necessidade de extrapolação de um dos trechos do carregamento. Em relação à rigidez do trecho inicial da curva carga-recalque equivalente construída pela atual proposta, há diferença considerável em relação à proposta de Silva (1983). Já a proposta sugerida para interpretação de provas de carga, para obtenção da carga de ruptura, consiste em aplicar uma regra geométrica à curva carga-recalque similar à do ensaio de adensamento oedométrico (podendo ser a curva de um ensaio convencional ou a curva equivalente obtida do ensaio bidirecional). São comparados os resultados obtidos por essa proposta e por métodos conhecidos, como de Lopes (1979) e da NBR6122. Os resultados obtidos pelos métodos citados indicaram que, no caso de estacas escavadas, há influência da rigidez do trecho plástico da curva equivalente, quando se usam critérios que caracterizam a ruptura pelo encurtamento elástico somado a uma porcentagem do diâmetro da estaca. Verificou-se que, se a rigidez do trecho plástico da curva carga-recalque for inferior a 26 kN/mm, os resultados obtidos pela atual proposta e pelos demais métodos convergem.

Abstract

In this research, static load tests performed by the bidirectional method were analyzed to evaluate two new procedures for: (i) construction of the load-settlement curve equivalent to the conventional load test and (ii) interpretation of the loadsettlement curve for bearing capacity determination. The proposed construction of the equivalent curve consists in the use of the total loads and displacements (upward + downward) of each load stage. Thus, the equivalent curve is constructed as the test evolves, allowing an evaluation of the pile behavior at each stage, including the proximity of failure, without the need to extrapolate one of the loading segments. In relation to the stiffiness of the initial part of the equivalent load-settlement curve constructed by the current proposal, there is a considerable difference in relation to Silva's (1983) proposal. The new proposal for the definition of the bearing capacity from the load-settlement curve, is the application of a geometric rule similar to that of the oedometrer consolidation test (and can be applied to both conventional tests or the equivalent curve obtained from bidirectional tests). The results obtained by this proposal and by previous methods, such as Lopes (1979) and the Brazilian standard NBR6122, are compared. The results obtained by the mentioned methods indicated that, in the case of bored piles, there is influence of the stiffiness of the plastic segment of the load-settlement (equivalent) curve, when using criteria that define failure by an elastic shortening added to a percentage of the pile diameter. It was observed that, if the stiffiness of the plastic segment of the load- displacement curve is less than 26 kN / mm, the results obtained by the current proposal and by the other methods converge.

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